Quando Adans João Santos Alencar, ex‑jogador de futebol do Brusque Futebol Clube, entrou na areia para uma partida de futevôleiBlumenau na tarde de domingo, 17 de outubro de 2021, ninguém imaginava que seria seu último jogo.
Contexto: quem era Adans e como chegou a Blumenau
Adans, 38 anos, destacou‑se como lateral direito entre 2015 e 2019, vestindo a camisa 2 do Brusque Futebol Clube nas disputas do Campeonato Catarinense e nas fases da Série D do Brasileirão. Após encerrar a carreira profissional, ele manteve a paixão pelo esporte, participando de treinos informais e de atividades recreativas, como o futevôlei, que mistura habilidade do futebol com a dinâmica da praia.
O encontro de domingo aconteceu em Blumenau, a maior cidade do Vale do Itajaí, a cerca de 60 km de Brusque. A região, conhecida por suas festas de Oktoberfest e sua forte tradição esportiva, costuma abrigar quadras de areia em clubes e parques, atraindo ex‑atletas e entusiastas.
Detalhes da fatalidade
De acordo com a cobertura do UOL Esporte e do G1 Santa Catarina, Adans sofreu um infarto fulminante por volta das 15h30, interrompendo a partida. Testemunhas relataram que, após um lance de saque, ele caiu abruptamente, sem conseguir levantar. A equipe de primeiros socorros do local acionou o serviço de emergência (SAMU) imediatamente, mas o atleta já apresentava parada cardíaca quando a ambulância chegou.
Os registros médicos, ainda não divulgados, apontam para uma parada cardíaca súbita – condição que, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, é responsável por cerca de 2,5 milhões de ocorrências no Brasil a cada ano. O caso reacende o debate sobre a necessidade de desfibriladores externos automáticos (DEA) em áreas de prática esportiva recreativa.
Reações de clubes e autoridades
"É uma perda imensa para todos que conviveram com ele no clube. Adans foi um profissional dedicado e um exemplo de disciplina", disse Paulo Henrique da Silva, presidente do Brusque Futebol Clube. O dirigente ainda afirmou que o clube vai apoiar a família, embora detalhes sobre o funeral ainda não tenham sido divulgados.
O Conselho Municipal de Saúde de Blumenau, ao receber a notícia, informou que vai intensificar campanhas de prevenção cardiovascular em ambientes esportivos e que está estudando a viabilidade de instalar DEA em quadras públicas.

Impacto na comunidade esportiva
Para os praticantes de futevôlei, a morte de Adans serve como um alerta. A prática, embora pareça leve, exige esforço aeróbico intenso, o que pode desencadear eventos cardíacos em indivíduos com condições subjacentes não diagnosticadas. Um levantamento da Federação Paulista de Futebol de Praia indica que 8% dos atletas amadores apresentam fatores de risco, como hipertensão e colesterol alto.
Além disso, a fatalidade ganhou repercussão nas redes sociais, gerando uma onda de mensagens de solidariedade e de curiosidade sobre como prevenir incidentes semelhantes. Muitos usuários perguntam se seria possível exigir exames médicos periódicos para atletas amadores; a resposta, por enquanto, ainda depende de políticas públicas.
Próximos passos e recomendações médicas
Especialistas aconselham que atletas recreativos realizem avaliações médicas anuais, especialmente se tiverem mais de 35 anos ou histórico familiar de doenças cardíacas. O cardiologista Dr. Carlos Mendes, da Clínica Cardiosul, recomenda o uso de monitores de frequência cardíaca durante treinos de alta intensidade.
O Ministério da Saúde, por sua vez, tem sinalizado a inclusão de treinamentos de primeiros socorros em programas de educação física escolar, visando ampliar a capacidade de resposta em situações de emergência.

Contexto histórico: mortes súbitas no esporte brasileiro
Infelizmente, o Brasil já registrou outros casos de atletas que sucumbiram a paradas cardíacas durante atividades esportivas. Entre 2010 e 2020, a imprensa noticiou mais de 30 episódios envolvendo jogadores de futebol, atletas de vôlei e praticantes de artes marciais. A maioria desses incidentes aconteceu em ambientes não profissionais, onde o acesso a equipamentos de ressuscitação é limitado.
Esses números motivaram a criação, em 2018, da Lei nº 13.424, que obriga grandes clubes a manter DEA em seus estádios. No entanto, a aplicação da lei ainda não se estende a clubes amadores ou áreas públicas, como as quadras de futevôlei de Blumenau.
- Data do óbito: 17/10/2021
- Idade da vítima: 38 anos
- Local: quadra de futevôlei em Blumenau, Vale do Itajaí
- Causa: infarto fulminante / parada cardíaca
- Ex‑clube: Brusque Futebol Clube
Perguntas Frequentes
Qual a relação entre futevôlei e risco cardíaco?
O futevôlei exige sprints curtos, saltos e explosões de energia, o que eleva rapidamente a frequência cardíaca. Em pessoas com hipertensão ou colesterol alto, esse esforço pode precipitar arritmias ou infartos. Por isso, avaliações preventivas são recomendadas antes de praticar intensamente.
O que o Brusque Futebol Clube fez após a morte?
O clube divulgou pesar público, prometeu apoio à família de Adans e está avaliando a possibilidade de criar um programa de monitoramento de saúde para ex‑jogadores que ainda participam de atividades recreativas.
Há legislação que obrigue DEA em locais esportivos?
A Lei nº 13.424/2018 exige desfibriladores em estádios de futebol profissional, mas ainda não contempla quadras de areia ou centros esportivos de uso comunitário. Projetos em andamento buscam ampliar essa obrigação para áreas de grande circulação pública.
Como a comunidade de Blumenau reagiu?
Céticos e voluntários se mobilizaram para prestar apoio à família, enquanto autoridades municipais anunciaram treinamentos de primeiros socorros nas escolas e clubes locais, visando melhorar a resposta a emergências.
Quais medidas preventivas são recomendadas para ex‑atletas?
Consulta regular com cardiologista, exames de esforço, monitoramento da pressão arterial e, sobretudo, a prática de exercícios com moderação. O uso de dispositivos vestíveis que alertam sobre frequência cardíaca anormal também tem ganhado espaço.
1 Comentários
Flávia Teixeira
outubro 14, 2025Que pena pela perda do Adans 😢. Ele foi um exemplo de disciplina dentro e fora da quadra. Acho que a comunidade de futevôlei deve se unir e buscar mais segurança, como desfibriladores perto das quadras. Vamos levar essa mensagem adiante e lembrar dos momentos bons que ele nos deu. 💪