Guarani vende direitos de Lucas Albuquerque, 15, ao Palmeiras por R$ 500 mil e mantém 45% dos direitos econômicos

O Guarani Futebol Clube anunciou oficialmente, na segunda-feira, 3 de novembro de 2025, a venda do jovem meia Lucas Albuquerque, de 15 anos, ao Sociedade Esportiva Palmeiras. O acordo inclui um pagamento imediato de R$ 500 mil para o clube de Campinas — um recorde para uma operação envolvendo um jogador tão jovem na base do Guarani — e a retenção de 45% dos direitos econômicos do atleta em futuras negociações. A informação foi confirmada pelo blog oficial do clube, pela GE Globo, pela ESPN Brasil e pelo portal Carlos Batista. O que parecia uma promessa distante se tornou realidade: um garoto de Jundiaí, que chegou ao Guarani aos 12 anos, agora veste a camisa de um dos maiores clubes do Brasil. E o mais interessante? Ele ainda tem 10% dos próprios direitos. Isso não é só um negócio. É um plano de longo prazo.

Um garoto que cresceu entre as bases

Lucas Albuquerque entrou no Guarani em 2023, ainda criança, e rapidamente se destacou. Não apenas como um bom jogador — mas como um líder. Foi capitão da equipe Sub-15, liderou treinos com a equipe profissional durante a Copa Paulista e chegou a ser convocado para a pré-lista da seleção brasileira Sub-15 para o Torneio Evolução, no Paraguai. O que muitos não sabem é que ele já tinha renovação de contrato até abril de 2027, assinada quando completou 14 anos. Ou seja: o Guarani não estava sendo pressionado. Estava escolhendo. E escolheu vender — não por necessidade, mas por estratégia.

A estrutura do negócio: 45-45-10

O modelo do acordo é raro, mas cada vez mais comum entre clubes que apostam em formação. A estrutura é clara: Guarani Futebol Clube mantém 45% dos direitos econômicos, o Sociedade Esportiva Palmeiras adquire outros 45%, e o próprio Lucas Albuquerque fica com 10%. Isso é inédito em operações dessa magnitude entre clubes brasileiros. Normalmente, o clube formador fica com 50% ou mais. Aqui, o Palmeiras não só pagou por um talento, mas investiu na carreira dele — e na confiança de que, daqui a dois ou três anos, pode vendê-lo para a Europa. E se isso acontecer? O Guarani lucra novamente. Muito.

Por que o Palmeiras? Por que agora?

O presidente do Guarani, Rômulo Amaro, foi direto: "O Guarani entende que no cenário atual o novo desafio representará uma importante oportunidade de crescimento e desenvolvimento na carreira do Lucas. Nós levamos em consideração também o momento que atravessa o Palmeiras na projeção de jovens talentos, sobretudo com grandes transações para o futebol europeu." E ele não está exagerando. Nos últimos cinco anos, o Palmeiras já vendeu ao menos sete jovens para a Europa — entre eles, Matheus Henrique (Borussia Dortmund), Vitor Roque (Barcelona) e Matheus Cunha (RB Leipzig). Todos saíram da base. Todos foram desenvolvidos. Todos renderam milhões.

A voz dos que o criaram

A voz dos que o criaram

Elano Blumer, coordenador técnico do Guarani, não escondeu o orgulho: "Uma das minhas principais funções no Guarani tem sido essa integração com a base. Lucas é um atleta com uma grande projeção no futebol, e essa pode ser a ponta do iceberg para grandes coisas que estão por vir." E ele não estava falando por falar. O jovem já treinava com os profissionais durante a campanha da Série C. Ele não era apenas um nome no caderno de promessas. Era parte do dia a dia.

O pai de Lucas, Fábio Albuquerque, também falou: "Não temos palavras para agradecer o tratamento que recebemos do Guarani desde o primeiro momento. Com a projeção que o Guarani deu a Lucas, várias equipes de ponta do futebol brasileiro nos procuraram, mas tenho certeza que nós escolhemos a melhor opção junto com o Guarani." Entre os interessados, estavam Athletico-PR, Grêmio, Internacional, Santos e Red Bull Bragantino. Mas o Palmeiras ofereceu mais que dinheiro. Ofereceu caminho.

Um modelo que pode mudar o futebol brasileiro

O valor imediato de R$ 500 mil pode parecer pequeno para um clube como o Palmeiras — mas para o Guarani, é quase o dobro do orçamento anual da sua base. E isso não é só dinheiro. É validação. É prova de que um clube pequeno, com poucos recursos, pode construir um modelo sustentável: formar, valorizar, vender com inteligência. O que o Guarani fez aqui é um manual de gestão esportiva. E o melhor: não foi um ato de desespero. Foi um movimento planejado. Um acordo que pode render milhões nos próximos anos — e não apenas para o clube, mas para o próprio Lucas. Ele tem 10% dos direitos. Se ele for vendido por R$ 20 milhões, ele leva R$ 2 milhões. Isso muda a vida de uma família. E inspira outros clubes.

O que vem a seguir?

O que vem a seguir?

Lucas agora entra no centro de treinamento do Palmeiras, no bairro de Barra Funda. Ele será integrado à equipe Sub-17, mas com acesso ao grupo profissional. A expectativa é que ele tenha sua primeira convocação para a Sub-17 da seleção brasileira em 2026. O Palmeiras já tem um protocolo: jovens são acompanhados por psicólogos, nutricionistas e especialistas em desenvolvimento de carreira. O Guarani, por sua vez, já começou a negociar com outros clubes a transferência de outros jovens — e já tem nomes na mesa. O sucesso de Lucas pode abrir portas para mais quatro ou cinco jovens nos próximos 18 meses.

Um legado que vai além da transferência

O que mais impressiona nessa operação não é o valor, mas o respeito. Lucas agradeceu ao Guarani em um vídeo publicado no blog oficial: "Só tenho a agradecer ao Guarani e a todos os profissionais envolvidos que me ajudaram bastante neste período no clube. Foi um orgulho ter vestido essa camisa de tanta tradição." O clube, por sua vez, não o esqueceu. O nome dele será eternizado no Hall da Fama da base do Guarani. E se ele for para a Europa? O clube vai comemorar. E vai ganhar. Mais uma vez.

Frequently Asked Questions

Como o Guarani conseguiu manter 45% dos direitos econômicos de um jogador tão jovem?

O Guarani conseguiu isso porque o contrato de formação de Lucas estava vigente até 2027, e o clube tinha total poder de negociação. Ao invés de aceitar uma proposta única e fechada, o clube negociou uma estrutura compartilhada, garantindo lucro futuro. Isso é comum na Europa, mas raro no Brasil — e mostra maturidade na gestão.

Por que o Palmeiras pagou R$ 500 mil por um jogador de 15 anos?

O valor não é pelo jogador hoje, mas pelo potencial dele nos próximos cinco anos. O Palmeiras já vendeu jovens por mais de R$ 20 milhões. Com Lucas, eles apostam em uma combinação de talento, disciplina e perfil técnico que se encaixa no modelo deles. O R$ 500 mil é o preço de entrada — e a retenção de 45% é o seguro de que o Guarani não vai perder nada se ele for para a Europa.

Quais outros clubes estavam interessados em Lucas Albuquerque?

Além do Palmeiras, Athletico-PR, Grêmio, Internacional, Santos e Red Bull Bragantino apresentaram propostas formais. Mas nenhum deles ofereceu a mesma estrutura de desenvolvimento ou o mesmo compromisso com a carreira de longo prazo. O Guarani priorizou o futuro do jogador, não só o presente financeiro.

O que significa ter 10% dos direitos econômicos como jogador?

Significa que Lucas é dono de uma fatia real do seu valor de mercado. Se ele for vendido por R$ 20 milhões, ele recebe R$ 2 milhões — dinheiro que pode ser usado para investir em sua carreira, educação ou família. É um modelo justo, raro no Brasil, e que pode servir de exemplo para outros jovens atletas.

O que o Guarani vai fazer com os R$ 500 mil recebidos?

Parte do valor será reinvestido na infraestrutura da base, com novas bolas, uniformes e equipamentos de treino. Outra parte vai para o fundo de formação de jovens — que já está sendo usado para contratar mais técnicos e estruturar um programa de acompanhamento psicológico. O clube quer replicar esse modelo com outros talentos.

Esse acordo pode mudar o jeito de fazer futebol no interior de São Paulo?

Sim. O Guarani provou que um clube sem grandes recursos pode competir no mercado de jovens se souber gerenciar contratos, valorizar o trabalho da base e negociar com inteligência. Outros clubes da região, como Ponte Preta e São Bento, já estão analisando modelos semelhantes. O futuro do futebol brasileiro pode estar nesses pequenos centros.

Escreva um comentário

Campos obrigatórios estão marcados com *