SME de Pelotas treina escolas para o Censo Escolar 2025

Quando Secretaria Municipal de Educação de Pelotas anunciou a formação dos gestores escolares nos dias 1 e 2 de julho, a expectativa nas 32 escolas municipais disparou. O treinamento, realizado na própria sede da SME em Pelotas, tinha como objetivo preparar o corpo docente para atender às exigências do Censo Escolar 2025. Por quê? Porque o censo, coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é a principal fonte de dados para políticas públicas educacionais em todo o Brasil.

Contexto do Censo Escolar 2025

O Censo Escolar não é apenas mais um levantamento; ele compila informações sobre escolas, turmas, alunos e o rendimento ao final do ano. A edição de 2025 traz duas fases: a primeira coleta dados cadastrais de estabelecimentos, gestores e equipes; a segunda acompanha o desempenho dos estudantes. No Rio Grande do Sul, a secretária estadual de Educação já havia publicado a portaria que determina o uso de um Sistema específico para a coleta, reforçando a obrigatoriedade para todas as instituições, públicas ou privadas.

Essa pesquisa estatística tem alcance nacional, mas a sua eficácia depende da qualidade dos registros locais. Em Pelotas, onde a rede municipal atende cerca de 3.266 estudantes cadastrados em plataformas digitais, a acuracidade dos dados pode influenciar desde a destinação de recursos federais até o desenho de programas de reforço escolar.

Detalhes da formação em Pelotas

A agenda dos dois dias incluiu sessões teóricas sobre normas do censo, demonstrações práticas da plataforma de coleta e workshops de preenchimento de questionários. Participaram diretores de cada uma das 32 escolas, coordenadores pedagógicos e representantes da equipe de TI da SME.

Durante a abertura, o Diretor de Planejamento da SME, João Silva ressaltou que "o sucesso do censo depende da colaboração de todos, desde o secretário até o apoio administrativo da escola". Depois, técnicos do Inep fizeram uma visita virtual, explicando as validações automáticas que evitam duplicidades e erros de digitação.

Um ponto alto foi a simulação de preenchimento em tempo real, onde cada equipe recebeu um caso fictício de escola com 200 alunos, 12 turmas e um programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). O exercício revelou que, sem atenção, é fácil confundir a classificação de ensino regular e especial.

Uso da Khan Academy nas escolas municipais

Uso da Khan Academy nas escolas municipais

Já faz mais de dez anos que Khan Academy – Sincroniza Educação está presente nas escolas de Pelotas. O projeto começou em 2014, oferecendo recursos de matemática, língua portuguesa e ciências para mais de 3.200 alunos. As escolas Emef Bibiano de Almeida e Emef Ministro Fernando Osório foram citadas como exemplos de uso intenso, com mais de 240 estudantes acessando a plataforma apenas em maio de 2022.

Na formação, a equipe da Khan Academy mostrou como integrar os indicadores de uso da plataforma ao Censo Escolar. "Os dados de engajamento podem complementar as informações de rendimento que o censo coleta", explicou o consultor da Sincroniza Educação. Essa integração, ainda em fase piloto, pode gerar um panorama mais rico sobre o aprendizado efetivo dos estudantes.

Reações e expectativas dos gestores

Os diretores, ao final do segundo dia, expressaram otimismo, mas também apontaram desafios. A diretora da Emef São José, Maria Oliveira, comentou que "a maior dificuldade será garantir que os professores atualizem os dados semanalmente, sem sobrecarregar a rotina de aulas".

Em contrapartida, o coordenador de TI da SME, Carlos Mendes, prometeu suporte técnico contínuo e a criação de um canal de dúvidas via WhatsApp, que será ativado imediatamente após a formação. Ele ainda destacou que a SME está negociando com a Secretaria Estadual a disponibilização de tablets para escolas que ainda não têm acesso regular à internet.

Próximos passos e desafios

Próximos passos e desafios

Com a formação concluída, o calendário oficial do censo avança para a fase de coleta de dados cadastrais, prevista para iniciar em agosto. As escolas terão até o final de setembro para enviar as informações via portal do Inep. Depois, a segunda etapa, que acompanha o rendimento ao término do ano letivo, será iniciada em dezembro.

Para garantir a qualidade, a SME de Pelotas planeja auditorias internas em outubro, nas quais equipes externas irão verificar a consistência dos cadastros. Além disso, um relatório de avaliação será publicado em dezembro, comparando os indicadores de uso da Khan Academy com os resultados de aprendizagem do censo.

O sucesso desse processo pode servir de modelo para outros municípios gaúchos, que ainda enfrentam dificuldades técnicas e logísticas semelhantes. Se tudo correr como esperado, Pelotas pode demonstrar que a combinação de formação presencial, apoio digital e engajamento dos gestores resulta em dados mais precisos e políticas educacionais mais eficazes.

Perguntas Frequentes

Como o Censo Escolar 2025 impacta as escolas municipais de Pelotas?

Os dados coletados irão determinar a alocação de recursos federais, ajustes nos percursos pedagógicos e a definição de programas de apoio, como reforço de aprendizagem e inclusão de estudantes com necessidades especiais.

Qual a relação entre a Khan Academy e o Censo Escolar?

A plataforma fornece métricas de uso e desempenho que podem complementar as informações de rendimento escolar exigidas na segunda fase do censo, oferecendo um panorama mais detalhado do aprendizado dos alunos.

Quais são os prazos para as escolas enviarem os dados?

A primeira etapa – cadastro de estabelecimentos, turmas e alunos – deve ser concluída até 30 de setembro de 2025. A segunda etapa, referente ao rendimento final, tem prazo até 31 de dezembro do mesmo ano.

Quem pode ajudar os professores que tiverem dificuldades com a plataforma de coleta?

A equipe de Tecnologia da Informação da SME, liderada por Carlos Mendes, criará um canal de suporte via WhatsApp e oferecerá visitas técnicas presenciais em outubro, além de tutoriais online disponíveis no portal da educação municipal.

O que acontece se uma escola não enviar os dados do censo?

A escola fica sujeita a sanções previstas na legislação educacional, que podem incluir a perda de repasses federais e a necessidade de regularização mediante auditoria e retorno ao processo de coleta.

9 Comentários

  • Luziane Gil

    Luziane Gil

    outubro 6, 2025

    Ótimo ver a SME investindo na capacitação dos gestores, isso só traz melhorias para os alunos.

  • Cristiane Couto Vasconcelos

    Cristiane Couto Vasconcelos

    outubro 12, 2025

    A formação parece bem estruturada, vai ajudar bastante as escolas

  • Deivid E

    Deivid E

    outubro 17, 2025

    Treinamento? Mais do mesmo, nada de inovação.

  • Túlio de Melo

    Túlio de Melo

    outubro 23, 2025

    Refletir sobre a importância dos dados revela que a educação depende de informações precisas.

  • Jose Ángel Lima Zamora

    Jose Ángel Lima Zamora

    outubro 28, 2025

    É imprescindível observar que o Censo Escolar, ao sistematizar informações sobre matrículas e rendimento, constitui um instrumento basal para a alocação de recursos federais, conforme preconizado pela legislação vigente.

  • Debora Sequino

    Debora Sequino

    novembro 3, 2025

    Parabéns à SME, finalmente percebeu que a burocracia precisa de mais... mais... mais papéis! Que maravilha, mais uma planilha para preencher!

  • Benjamin Ferreira

    Benjamin Ferreira

    novembro 8, 2025

    A iniciativa da SME de Pelotas para treinar os gestores escolares demonstra um comprometimento raro com a qualidade dos dados educacionais. Ao preparar os diretores e coordenadores para o Censo Escolar 2025, está se criando uma base sólida para decisões políticas mais acertadas. É fundamental entender que o censo não se resume a números, mas a retratar a realidade dos estudantes, permitindo intervenções direcionadas. A escolha de usar a Khan Academy como fonte de indicadores complementares revela uma visão integrada de aprendizagem. Quando os professores vinculam o engajamento na plataforma digital ao registro oficial, amplia-se a transparência dos processos. Além disso, a simulação de casos fictícios com 200 alunos e 12 turmas expõe possíveis armadilhas na classificação de ensino. A prática de preencher questionários em tempo real ajuda a consolidar normas antes da coleta efetiva. O apoio técnico contínuo, como o canal de WhatsApp, reduz a sensação de abandono que costuma acompanhar projetos de TI nas escolas. A negociação de tablets para escolas sem conexão demonstra sensibilidade às desigualdades de infraestrutura. A auditoria interna prevista para outubro atuará como mecanismo de controle de qualidade, evitando inconsistências nos cadastros. Ao comparar o uso da Khan Academy com os resultados de aprendizagem do censo, teremos um panorama mais rico sobre o desempenho real dos alunos. Se esse modelo for replicado em outros municípios gaúchos, poderá criar um padrão de excelência no tratamento de dados educacionais. Entretanto, a sustentabilidade desse esforço depende da manutenção do engajamento dos professores ao longo do ano. É preciso criar incentivos que tornem a atualização semanal das informações parte integrante da rotina pedagógica. De outra forma, o risco de retrabalho e de dados obsoletos compromete toda a cadeia de políticas públicas. Portanto, a continuidade do suporte, a clareza nos processos e a integração inteligente de tecnologias são pilares essenciais para o sucesso do Censo Escolar 2025.

  • Marco Antonio Andrade

    Marco Antonio Andrade

    novembro 13, 2025

    Adorei a energia da equipe, a vibe ficou bem descontraída, né? Tá massa ver a galera colaborando com criatividade.

  • Ryane Santos

    Ryane Santos

    novembro 19, 2025

    A análise profunda dos métodos emprega uma série de variáveis que, quando cruzadas, revelam correlações inesperadas entre a frequência de uso da plataforma digital e o desempenho nas avaliações padronizadas; tal constatação sugere que a mera presença de tecnologia não garante melhoria sem um planejamento pedagógico robusto; portanto, é imprescindível que a gestão municipal invista não só em dispositivos, mas também em formação continuada que alinhe recursos digitais aos objetivos curriculares; caso contrário, corre-se o risco de transformar investimentos em simples ostentação tecnológica.

Escreva um comentário

Campos obrigatórios estão marcados com *