James Van Der Beek, de 48 anos, tornou‑se símbolo dos fãs de Dawson's Creek nos anos 90. Hoje o ator está no centro de outra história, desta vez real: a luta contra o câncer colorretal. A doença foi descoberta em agosto de 2023, mas só ganhou repercussão pública quando o próprio Van Der Beek contou tudo em novembro de 2024, nas redes sociais.
Diagnóstico e tratamento
Como muitos de nós, James nunca imaginou precisar de um exame invasivo. Foi a mudança nas evacuações – sangue ocasional e constipação persistente – que o fez buscar um gastroenterologista. O médico sugeriu colonoscopia, procedimento que revelou um tumor em estágio 3. Apesar da surpresa, o resultado foi “localizado”, o que, segundo a American Cancer Society, eleva a taxa de sobrevivência em cinco anos para 91%.
A quimioterapia começou logo depois, combinada com sessões de radioterapia para reduzir o tumor. O ator tem alternado entre filmagens, gravações de podcasts e sessões de tratamento, sempre acompanhando de perto a equipe médica. Em entrevista recente, ele explicou que optar por um esquema de tratamento menos agressivo ajudou a manter a energia para cuidar dos seis filhos e da esposa, Kimberly.
- Agosto 2023 – Sintomas iniciais (alteração nas fezes)
- Setembro 2023 – Colonoscopia e diagnóstico de câncer colorretal estágio 3
- Outubro 2023 – Início da quimioterapia
- Março 2024 – Primeira sessão de radioterapia
- Novembro 2024 – Anúncio público da doença
O tratamento ainda está em curso, mas a perspectiva permanece otimista. O médico de James destaca que, ao detectar a doença antes que se espalhasse, as chances de cura aumentam significativamente.

Impacto pessoal e campanha de conscientização
Mais do que uma batalha física, Van Der Beek tem refletido sobre o impacto emocional da doença. Em postagens sinceras, ele contou como o diagnóstico forçou um olhar interno: “O câncer me fez perceber o quanto eu era duro comigo mesmo”. O ator revelou que aprendeu a praticar o autocuidado mental, buscando terapia e meditação para lidar com a ansiedade.
O drama familiar também ganhou uma nova dimensão. Kimberly, sua esposa, compartilhou que o apoio mútuo fortaleceu o casamento e que cada filho recebeu explicações adequadas à idade, evitando medo desnecessário. “É difícil ver o papai fraco, mas ver a coragem dele nos dá força”, disse um dos filhos, em entrevista coletiva.
Quando surgiu o convite para o reencontro beneficente de Dawson's Creek – um evento que reuniria o elenco original para arrecadar fundos a hospitais oncológicos – James já tinha marcado na agenda. Porém, duas crises de gastroenterite o deixaram incapaz de viajar para Nova Iorque. Em um Instagram fervoroso, ele escreveu que sentiu “um nó no estômago” ao ter que recusar a presença física.
Mesmo ausente, Van Der Beek fez uma aparição virtual, agradecendo ao público e ao elenco, incluindo Katie Holmes e Michelle Williams. A substituição inesperada por Lin‑Manuel Miranda trouxe um toque de surpresa, mas também reforçou a mensagem: a solidariedade supera obstáculos.
A campanha de arrecadação acabou gerando mais de US$ 1,2 milhão, destinado à compra de equipamentos de diagnóstico precoce para centros de saúde comunitários. James usou o impulso da campanha para lançar uma série de vídeos curtos nas redes, nos quais ele explica, de forma simples, a importância da colonoscopia a partir dos 45 anos – ou antes, para quem tem fatores de risco.
Estatísticas recentes apontam que o câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum nos EUA, mas a taxa de mortalidade tem caído graças à detecção precoce. No entanto, a incidência em adultos abaixo de 50 anos tem aumentado 2% ao ano, um dado que Van Der Beek enfatiza como alarmante.
Com seu alcance internacional, o ator também está colaborando com ONGs brasileiras que promovem a conscientização sobre a doença, adaptando a mensagem ao público local. Em entrevista ao Brasil ao Vivo, ele comentou: “Não importa a língua, o risco é o mesmo. Se algo nos faz parar e procurar ajuda, vale a pena”.
Enquanto a jornada de tratamento continua, James Van Der Beek permanece ativo nos setes de filmagem, nos encontros com fãs e nas iniciativas de saúde pública. Sua história ilustra como a fama pode servir de ferramenta poderosa para mudar hábitos e salvar vidas, sempre que alguém decide abrir o coração e falar sobre a própria vulnerabilidade.