Briga acirrada na ponta: Caxias sente o calor dos concorrentes
Faltando poucas rodadas para o fim da primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C, o Caxias está todo orgulhoso na liderança, com 37 pontos em 17 jogos. Mas a torcida que espere um pouco antes de comemorar: o topo da tabela ainda está longe de estar garantido, e o clima de decisão já domina o vestiário do time gaúcho. Os colorados têm 12 vitórias, 1 empate e 4 derrotas. O saldo de gols é positivo (+9), uma marca respeitável. Porém, todo esse bom desempenho ainda não garante o controle definitivo do campeonato.
O motivo é simples: os concorrentes não largam o osso. O Náutico, tradicional clube pernambucano e atual segundo colocado, soma 32 pontos – só cinco atrás dos líderes. O ponto forte deles é a defesa. Em 17 partidas, sofreram apenas 6 gols e marcaram 21, criando um saldo de gols assustador: +15. Consistência e disciplina fazem dos pernambucanos um perigo real para o Caxias.
A lista dos perseguidores segue apertada: Ponte Preta está logo atrás, com 30 pontos, enquanto Londrina e São Bernardo aparecem colados, ambos com 29. Com tantas equipes próximas em pontuação, qualquer vacilo do Caxias pode mudar completamente o cenário, abrindo portas para uma virada de tabela inesperada.
Formato da Série C e o desafio da constância
O regulamento da Série C exige fôlego longo. São vinte times duelando em turno único na primeira fase. Daí, só os oito melhores avançam para a segunda etapa, que é dividida em dois grupos de quatro. Os clubes jogam entre si dentro do grupo, ida e volta, e só os dois melhores de cada lado sobem para a Série B. O líder de cada grupo ainda vai pra final.
Nesse tipo de torneio, confiança não basta – é preciso manter o nível de atuação jogo após jogo. Não adianta fazer campanha arrasadora no começo e vacilar nos momentos mais decisivos. Para o Caxias, manter regularidade é lei: se cair de rendimento agora, pode perder vantagem no saldo de gols e permitir que Náutico ou outro rival encoste ou até ultrapasse.
Existe ainda o fator estádio Centenário, em Caxias do Sul, com capacidade para 22 mil pessoas. Lá, o time costuma embalar, empurrado pela torcida. Só que jogar bem em casa é só um pedaço da receita; somar pontos fora será ainda mais crucial quando a disputa afunilar.
As próximas rodadas prometem emoção de sobra. Se o Caxias não oscilar e seguir garantindo resultados, transforma a pressão em vantagem definitiva na tabela. Mas bastam duas ou três rodadas de tropeço para o sonho virar drama e a liderança trocar de mãos. A tensão já toma conta dos bastidores e só o apito final vai dizer se o tricolor vai, enfim, dormir tranquilo no topo da Série C.